Antes de ter a minha princesa jamais imaginei que fosse possível sentir-me só. Afinal de contas, a partir do momento em que a minha bebé nascesse ela estaria sempre comigo.
É demasiado bom termos o nosso filho nos braços mas, na realidade, o que senti no pós parto foi que estava (na maior parte das vezes) completamente sozinha. Não importa quantas pessoas estão à minha volta, a sensação de ignorância e de incompreensão é imensa. Parece que ninguém nos consegue compreender, ninguém nos consegue dar colo. Da noite para o dia, deixamos de ter o colo de alguém para ser o colo da pessoa mais importante das nossas vidas. A realidade é que parece que somos de outro planeta, que não fazemos parte deste Mundo. O coração fica mini, apertadinho parece que tudo nos afecta, afinal de contas este pequeno ser que temos agora à nossa responsabilidade é completamente indefeso e dependente.
Acho que tive momentos em que entrei em pânico, quase não conseguia respirar, sentia-me quase a sufocar de angustia e de medo.
De uma forma ou de outra, toda a gente quer opinar. Todos querem dizer o que devo ou não fazer, o que é melhor ou pior e ignoram aquilo que sentes. Tive uma amiga que me deu um conselho que tento nunca esquecer "Segue o teu instinto" e é o que tento fazer todos os dias. Afinal de contas cada criança é uma criança e acho sinceramente que sei o que é melhor para minha filha.
Os amigos, sobretudo os que não têm filhos, têm por vezes grandes dificuldades em aceitar/compreender as mudanças que sofremos (o que é normal, provavelmente eu também não compreenderia).
O marido, por mais presente que esteja não consegue entender o que nós enquanto mulheres sentimos. Acho sinceramente que os homens são de forma geral muito mais superficiais e nós mulheres muito mais sentimentais. A solidão que nos atinge não é passível de se compreender, afinal de contas perante os olhos dos outros o nosso mundo é tão perfeito.
Não é! O nosso mundo não é perfeito. Pelo menos o meu não foi, não é.
Amo ser mãe. Amo a minha família de 3. Mas isso não invalida aquilo que sou enquanto mulher.
Ai hormonas, hormonas... Dão cabo de mim. É uma luta sair do isolamento materno, mas é possível sobretudo se tivermos à nossa volta pessoas que nos querem bem, que nos procuram e que nos ouvem.
Hoje esta solidão está apaziguada mas, ainda há dias que custam.
Mas tudo vale a pena pelo meu pequeno amor. As mudanças continuam...
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