http://www.paisefilhos.pt/index.php/destaque/8547
Deixo aqui um texto escrito pelo psicólogo Eduardo Sá. Vai um pouco ao encontro do post que escrevi anteriormente.
terça-feira, 24 de maio de 2016
Crianças mal educadas? Sim ou não?
Uma das coisas que sempre detestei foi que me chamassem de mal educada ou me acusassem de má criação. Não detestava que o fizessem por mim mas sim, porque sentia que estavam a ofender os meus pais (afinal de contas a educação vem do berço).
Considero ter tido uma educação exemplar. Os meus pais (sobretudo o meu pai) sempre foram muito existentes (a todos os níveis). Ai de nós que fossemos mal educados para a alguém (falo no plural porque considero também o meu irmão). Fomos educados para dizer "Bom dia", "Boa tarde" e "Boa noite" a quem passasse por nós (fruto do facto de vivermos numa pequena aldeia). Eu, por timidez (da qual ainda hoje sofro) por vezes inibia-me de falar sobretudo se não conhecesse as pessoas. Claro que a educação dada pelos meus pais não foi perfeita houve com toda a certeza falhas (afinal de contas ninguém é perfeito). Mas, neste momento devem se estar a questionar "Tanta conversa para quê?"
Pois bem, hoje venho aqui colocar-vos uma questão:
É IMPRESSÃO MINHA OU HÁ CADA VEZ MAIS, CRIANÇAS MAL EDUCADAS?
E sim, falo de crianças em que a educação dada pelos pais é na minha opinião a menos correcta, a educação que eu costumo designar como a educação do COMPRA TUDO...
A verdade é que cada vez mais cedo as crianças manifestam vontades próprias, ultrapassando muitas vezes os limites. As novas gerações que agora surgem são as gerações do SIM. “Mãe quero um iPhone! Sim filho!” “Pai, não quero comer mais! Sim filho!” e depois quando ouvem um NÃO, aí sim, vêem as birras, os gritos, as frustrações. Os pais ficam loucos, sem saber o que fazer e muitas vezes acabam, infelizmente, por ceder.
Para educar são precisos limites, estabelecer regras. Não é preciso bater. Porque o uso da força física não trás respeito, mas sim, o medo. É sim, preciso educar com amor, ser perseverante e fazer perceber que o adulto é o líder e nunca o oposto.
A comunicação e a paciência são fundamentais. Infelizmente, nos dias que correm o tempo é algo precioso e parece que escasseia de dia para dia. Os pais, para dar uma vida minimamente estável financeiramente, trabalham cada vez mais horas e depois tentam compensar os seus rebentos com bens materiais.
É necessário estabelecer limites e regras mantendo-as. Isto porque, se assim não for, existe uma perda de autoridade perante a criança e assim serão elas a ter o “poder”.
É muito importante que a criança entenda o porquê de estar errada.
É preciso fazer com que a criança pense, com que a criança reflicta. Acho que só assim, serão capazes de compreender o que fazem de errado reconhecendo também desta forma, a autoridade dos pais. Contudo, isto vale também no que diz respeito à nossa autoridade enquanto educadores de infância.
Contudo, também é necessário reconhecer os esforços da criança dando aquilo que eu chamo de reforço positivo.
O amor e o carinho são a base de uma boa educação mas, cada vez mais a atenção é um factor fundamental à estabilidade emocional da criança. É importante que se reflicta sobre isto, é importante cada vez mais se saber o que é de facto essencial, se a atenção ou se os bens materiais.
Não posso terminar este meu desabafo sem dizer que a má educação na minha opinião não é apenas fundamentada pela educação dada pelos pais. O factor personalidade é cada vez mais importante. Como costumo dizer só falta que nasçam a falar.
NAS REGRAS TAMBÉM EXISTE AMOR!
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Ser educadora por paixão
"És educadora de infância? Então o que é que fazes com os miúdos? Brincas o dia todo?” - São estas as três perguntas com as quais sou confrontada diariamente quando digo qual a minha profissão. Sinto-me profundamente triste com a ignorância de algumas pessoas em pleno século XXI. Pois é meus amigos ser educadora de infância é muito para além de brincar com os “miúdos”. Há pessoas que não têm perfil para o ser!
É muito mais que tomar conta das crianças é necessário saber cuidar delas amá-las como se fossem um pedacinho nossas. É saber lidar com personalidades distintas como se fossemos camaleões ajustáveis aos diferentes ambientes. Ser educador de infância é nunca perder a capacidade de brincar, é ser criativo, organizado, disciplinado. As actividades não surgem por acaso, é preciso inovar e cativar e por vezes o cansaço já é tanto que chegamos a pensar que já não temos a capacidade de pensar e eis que do nada surge uma nova ideia e aplica-se.
E depois, ser educadora não é só lidar com os traquinas é também ter a capacidade de lidar com os pais. Não podemos ser indiferentes aos pais, temos que os fazer sentir seguros porque da minha experiência a segurança dos pais é fundamental para que as suas crianças se sintam seguras. Não podemos ter medo dos pais pois, são eles que todos os dias nos deixam as suas crianças e levam muitas vezes para o emprego um coração apertadinho. Por isso, ser educador de infância é ser sensível, é ser equilibrado e por vezes saber dar um descontinho. Mas atenção pais!! Ser educador não é ser “saco de pancada”. A educação vem de casa.
Legalmente um educador de infância:
OBSERVAÇÃO – PLANEAMENTO - ACÇÃO
- tem sob a sua responsabilidade uma turma infantil com idades compreendidas entre os 4 meses e os 5 anos;
- deve organizar e aplicar conhecimentos a fim de desenvolver os domínios psicomotor, intelectuais, sociais, afectivos, etc.;
- conta com o apoio de pelo menos uma auxiliar para o acompanhar no desempenho das suas funções;
- mantêm o contacto com os pais;
- observa as crianças individualmente ou em grupo com o intuito de compreender melhor os seus interesses e as suas necessidades;
- faz o planeamento do processo educativo de acordo com as informações recolhidas;
- avalia:
- partilha opiniões com os pais com o propósito de existência de uma parceria entre escola-casa;
Resumidamente é isto que uma educadora de infância faz. Acham pouco?
Ser educadora é uma profissão de paixão e não de obrigação.
É muito mais que tomar conta das crianças é necessário saber cuidar delas amá-las como se fossem um pedacinho nossas. É saber lidar com personalidades distintas como se fossemos camaleões ajustáveis aos diferentes ambientes. Ser educador de infância é nunca perder a capacidade de brincar, é ser criativo, organizado, disciplinado. As actividades não surgem por acaso, é preciso inovar e cativar e por vezes o cansaço já é tanto que chegamos a pensar que já não temos a capacidade de pensar e eis que do nada surge uma nova ideia e aplica-se.
E depois, ser educadora não é só lidar com os traquinas é também ter a capacidade de lidar com os pais. Não podemos ser indiferentes aos pais, temos que os fazer sentir seguros porque da minha experiência a segurança dos pais é fundamental para que as suas crianças se sintam seguras. Não podemos ter medo dos pais pois, são eles que todos os dias nos deixam as suas crianças e levam muitas vezes para o emprego um coração apertadinho. Por isso, ser educador de infância é ser sensível, é ser equilibrado e por vezes saber dar um descontinho. Mas atenção pais!! Ser educador não é ser “saco de pancada”. A educação vem de casa.
Legalmente um educador de infância:
OBSERVAÇÃO – PLANEAMENTO - ACÇÃO
- tem sob a sua responsabilidade uma turma infantil com idades compreendidas entre os 4 meses e os 5 anos;
- deve organizar e aplicar conhecimentos a fim de desenvolver os domínios psicomotor, intelectuais, sociais, afectivos, etc.;
- conta com o apoio de pelo menos uma auxiliar para o acompanhar no desempenho das suas funções;
- mantêm o contacto com os pais;
- observa as crianças individualmente ou em grupo com o intuito de compreender melhor os seus interesses e as suas necessidades;
- faz o planeamento do processo educativo de acordo com as informações recolhidas;
- avalia:
- partilha opiniões com os pais com o propósito de existência de uma parceria entre escola-casa;
Resumidamente é isto que uma educadora de infância faz. Acham pouco?
Ser educadora é uma profissão de paixão e não de obrigação.
O primeiro de muitos...
Este é o primeiro (espero eu de muitos) dos meus devaneios/desabafos.
Não venho para aqui com o intuito de me queixar ou criticar o meu único
objectivo com a criação deste blogue é apenas a partilha.
Por aqui encontrarão certamente desabafos profundos para uns,
desinteressantes para outros. Mas, tal como disse são devaneios. Aqui
escreve-se como antigamente onde facto não é o mesmo que fato. Espero
acima de tudo que com este blogue consiga encontrar uma forma de partilha
de experiências e opiniões entre colegas, pais, mulheres
ou homens.
Aqui todos são bem-vindos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Sentir...
Covid 19. O tema do momento e o medo que nos inunda. Confesso que comecei por tentar levar este assunto de forma leve, tentava não dar g...
-
Faz hoje um mês… Cada um vive a tua partida à sua maneira uns choram de cada vez que te recordam, outros tentam parecer fortes mesmo que,...
-
Covid 19. O tema do momento e o medo que nos inunda. Confesso que comecei por tentar levar este assunto de forma leve, tentava não dar g...
-
Olá todos, desta vez a minha ausência é mais do que justificada, o melhor da vida aconteceu... Sou mamã... Finalmente tornei me mãe de...