terça-feira, 24 de maio de 2016

Crianças mal educadas? Sim ou não?



Uma das coisas que sempre detestei foi que me chamassem de mal educada ou me acusassem de má criação. Não detestava que o fizessem por mim mas sim, porque sentia que estavam a ofender os meus pais (afinal de contas a educação vem do berço). 

Considero ter tido uma educação exemplar. Os meus pais (sobretudo o meu pai) sempre foram muito existentes (a todos os níveis). Ai de nós que fossemos mal educados para a alguém (falo no plural porque considero também o meu irmão). Fomos educados para dizer "Bom dia", "Boa tarde" e "Boa noite" a quem passasse por nós (fruto do facto de vivermos numa pequena aldeia). Eu, por timidez (da qual ainda hoje sofro) por vezes inibia-me de falar sobretudo se não conhecesse as pessoas. Claro que a educação dada pelos meus pais não foi perfeita houve com toda a certeza falhas (afinal de contas ninguém é perfeito). Mas, neste momento devem se estar a questionar "Tanta conversa para quê?"

Pois bem, hoje venho aqui colocar-vos uma questão: 

É IMPRESSÃO MINHA OU HÁ CADA VEZ MAIS, CRIANÇAS MAL EDUCADAS? 

E sim, falo de crianças em que a educação dada pelos pais é na minha opinião a menos correcta, a educação que eu costumo designar como a educação do COMPRA TUDO...

A verdade é que cada vez mais cedo as crianças manifestam vontades próprias, ultrapassando muitas vezes os limites. As novas gerações que agora surgem são as gerações do SIM. “Mãe quero um iPhone! Sim filho!” “Pai, não quero comer mais! Sim filho!” e depois quando ouvem um NÃO, aí sim, vêem as birras, os gritos, as frustrações. Os pais ficam loucos, sem saber o que fazer e muitas vezes acabam, infelizmente, por ceder.

Para educar são precisos limites, estabelecer regras. Não é preciso bater. Porque o uso da força física não trás respeito, mas sim, o medo. É sim, preciso educar com amor, ser perseverante e fazer perceber que o adulto é o líder e nunca o oposto. 

A comunicação e a paciência são fundamentais. Infelizmente, nos dias que correm o tempo é algo precioso e parece que escasseia de dia para dia. Os pais, para dar uma vida minimamente estável financeiramente, trabalham cada vez mais horas e depois tentam compensar os seus rebentos com bens materiais.

É necessário estabelecer limites e regras mantendo-as. Isto porque, se assim não for, existe uma perda de autoridade perante a criança e assim serão elas a ter o “poder”.

É muito importante que a criança entenda o porquê de estar errada.

É preciso fazer com que a criança pense, com que a criança reflicta. Acho que só assim, serão capazes de compreender o que fazem de errado reconhecendo também desta forma, a autoridade dos pais. Contudo, isto vale também no que diz respeito à nossa autoridade enquanto educadores de infância.
Contudo, também é necessário reconhecer os esforços da criança dando aquilo que eu chamo de reforço positivo.
O amor e o carinho são a base de uma boa educação mas, cada vez mais a atenção é um factor fundamental à estabilidade emocional da criança. É importante que se reflicta sobre isto, é importante cada vez mais se saber o que é de facto essencial, se a atenção ou se os bens materiais.
Não posso terminar este meu desabafo sem dizer que a má educação na minha opinião não é apenas fundamentada pela educação dada pelos pais. O factor personalidade é cada vez mais importante. Como costumo dizer só falta que nasçam a falar.

NAS REGRAS TAMBÉM EXISTE AMOR!

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