Andava eu a vasculhar as notícias na Internet quando me
deparo com esta: (http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2016-11-24-Acreditar-no-Pai-Natal-serabom-para-as-criancas-).
Fico chocada! Nunca achei demais o estímulo à criatividade das crianças. Nunca
achei demais permitir a uma criança acreditar. O Pai Natal é provavelmente a
personagem mais falada pelo mundo fora. Compreendo que os pais se debatam com a
questão “Devo ou não mentir?” mas, aqui acho que não se trata de uma mentira
mas sim de um estímulo.
Eu sou do tempo em que se
acreditava no menino jesus. O meu lado paterno da família é católico praticante
e na noite de 24 para 25 iam inclusive à missa do galo. Ensinaram-me o que é a
comemoração tradicional do Natal. Os presentes eram abertos (e ainda são) apenas
à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro, nunca antes. À mesa comia-se (e
come-se) o bacalhau com as couves ou então o arroz de polvo (note-se que a
minha família paterna é da zona norte do país.) O lado materno da família vivia
o Natal de outra forma mas, era a eles que cabia a parte da magia. Na verdade,
eram eles que tinham o papel fundamental. Os meus pais nunca alinharam na
simulação de Pai Natal, mas com a colaboração do lado materno da família os
presentes apareciam sempre debaixo da chaminé. Como passávamos o Natal fora a
ansia de voltar a casa era mais que muita. Chegar a casa e descobrir se o Pai Natal
já lá tinha estado era mágico. Estas crenças não me fizeram mal nenhum, bem
pelo contrario fazia-me sentir uma energia e uma felicidade que hoje é
arrebatada pela raiva do consumismo associado à época.
Fui tão feliz! E vejo-me na
obrigação de contrapor um pouco o que defendem na investigação falada nesta notícia.
Esqueçamos o que é politicamente correcto e façamos o que nos faz felizes.
Deixemos as nossas crianças acreditar no Pai Natal, no menino Jesus (para quem
acredita), na magia da época. As crianças têm tempo de crescer, agora é o
momento de as fazer sorrir.
A realidade deve ser descoberta
por si própria. Obviamente que após a descoberta da realidade podem surgir
verdadeiras desilusões mas, também é verdade que os valores e a segurança são
trabalhados ao longo de 365 dias por ano. A mim aconteceu-me já não acreditar
no Pai Natal e fingir que sim só para tentar manter a magia inerente a essa
crença até porque tenho um irmão mais novo.
E mais engraçado ainda, quando
tirei a carta de condução recebi um carro pelo Natal e adivinhem quem deixou a
chave debaixo da chaminé? Claro está, o Pai Natal.
Hoje, e tal como já referi
anteriormente a magia não é igual e confesso ter saudades. Sou uma pessoa que
gosta de estar ligada às tradições. Gosto de ver a família reunida, gosto claro
está de receber presentes mas, detesto que toda a magia desta época se singa
apenas a isto. Acredito mais no estar presente do que dar ou receber presentes.
Tenho saudades da ansiedade que sentia para que chegasse a meia noite, dos
jogos que fazíamos, da luta contra o sono, tenho saudades das pessoas que já
não voltam e que davam outro significado a esta época.
Por isso, sim! Deixem que as
crianças acreditem no Pai Natal, nas Fadas, deixem que as crianças sejam
crianças. Aos poucos elas mesmas irão descobrir a verdade. Lembrem-se que este
pequeno luxo de acreditar no Pai Natal não é para todos. Porque não podemos
esquecer todas as crianças pelo mundo fora que nem sequer sabem o que é o
Natal, ou se quer o que é uma família.
É com estas crianças que nos
devemos preocupar e não com estas pequenas trivialidades da vida.
Não será que cada vez mais nos
arranjam problemas onde não existem? Não será que cada vez mais se faz de
coisas simples um problema? Levemos a
vida com leveza e sejamos felizes e se possível façamos os outros também eles
felizes.
Feliz Natal!
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Imagem retirada do google |
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