sábado, 3 de agosto de 2019

Voltar à rotina...

Já estava  para escrever este texto a algum tempo mas, ainda não tinha tido tempo. Agora, mais que nunca, sinto que o dia devia ter mais horas e que ainda assim, seriam poucas.
Hoje a princesa faz seis meses e na ultima semana, sofri a maior mudança dos últimos tempos.
A licença de maternidade terminou, e com ela terminou também a mamã a full-time. Nunca imaginei que isto me custasse tanto. Doeu... e dói ainda. Chamem-me exagerada ou dramática mas não me canso da minha filha um só segundo e por mais difícil que seja o dia a dia com um bebé, eu dava tudo para poder ficar mais tempo com ela. Chorei tanto no primeiro e segundo dia. Agora, já não choro mas o coração continua apertado, tão apertado.
Nos últimos dias tenho lutado com a dupla face da moeda, o perder o desenvolvimento da minha bebé e lidar com o desenvolvimento dos "bebés dos outros".
Sim! Eu sou educadora por paixão. Gosto muito da minha profissão mas, a realidade da minha vida agora é outra. Quando estou no emprego não descuro os "meus" meninos, no entanto, quando chega a hora de vir para casa só quero chegar rápido e não perder nem mais um segundo da minha bebé.
A partir do momento em que chego a casa a minha atenção é apenas dela. Claro está, que isto só me é permitido porque a princesa tem um papá maravilhoso que está neste momento com ela em casa (a gozar a sua merecida licença) e que me ajuda momento. Quando também ele regressar ao trabalho, ai sim, a rotina será completamente diferente. Tenho medo de me faltar tempo para a minha filha. Chegar a casa cuidar dela, mima-la, brincar e ainda ter que lidar de todas as lides domésticas. Terei de me adaptar pois claro, e terei de encontrar estratégias que me possibilitem gozar de todos os momentos da minha filha, ela será sempre a minha prioridade.
Todos me dizem que me vou habituar, e eu penso "Claro! Que remédio tenho!" mas digo-vos que o aperto no peito não desvaneceu nem um pouco, pelo contrario aumentou... A saudade aumentou, a culpa por não estar por perto cresceu também.
Nada paga os sorrisos que não vejo ou os olhinhos tristes que ela faz quando eu saiu.
Palminhas às mamãs maravilha que conseguem ver as coisas de outra forma. Cada um sabe de si e eu sei que não me posso anular enquanto mulher por agora ser mãe. Contudo, e não me anulando de forma alguma, sei que agora quero estar muito presente na vida dela. Não foi fácil o caminho que percorremos para a ter e por isso mesmo não é fácil o desapegar desta bebé tão desejada. 
E por ai quem mais a passar por esta fase? Ou quem já passou como foi para vocês? Contem me tudo.

sábado, 22 de junho de 2019

A solidão da maternidade

Antes de ter a minha princesa jamais imaginei que fosse possível sentir-me só. Afinal de contas, a partir do momento em que a minha bebé nascesse ela estaria sempre comigo.
É demasiado bom termos o nosso filho nos braços mas, na realidade, o que senti no pós parto foi que estava (na maior parte das vezes) completamente sozinha. Não importa quantas pessoas estão à minha volta, a sensação de ignorância e de incompreensão é imensa. Parece que ninguém nos consegue compreender, ninguém nos consegue dar colo. Da noite para o dia, deixamos de ter o colo de alguém para ser o colo da pessoa mais importante das nossas vidas. A realidade é que parece que somos de outro planeta, que não fazemos parte deste Mundo. O coração fica mini, apertadinho parece que tudo nos afecta, afinal de contas este pequeno ser que temos agora à nossa responsabilidade é completamente indefeso e dependente.
Acho que tive momentos em que entrei em pânico, quase não conseguia respirar, sentia-me quase a sufocar de angustia e de medo.
De uma forma ou de outra, toda a gente quer opinar. Todos querem dizer o que devo ou não fazer, o que é melhor ou pior e ignoram aquilo que sentes. Tive uma amiga que me deu um conselho que tento nunca esquecer "Segue o teu instinto" e é o que tento fazer todos os dias. Afinal de contas cada criança é uma criança e acho sinceramente que sei o que é melhor para minha filha.
Os amigos, sobretudo os que não têm filhos, têm por vezes grandes dificuldades em aceitar/compreender as mudanças que sofremos (o que é normal, provavelmente eu também não compreenderia).
O marido, por mais presente que esteja não consegue entender o que nós enquanto mulheres sentimos. Acho sinceramente que os homens são de forma geral muito mais superficiais e nós mulheres muito mais sentimentais. A solidão que nos atinge não é passível de se compreender, afinal de contas perante os olhos dos outros o nosso mundo é tão perfeito.
Não é! O nosso mundo não é perfeito. Pelo menos o meu não foi, não é.
Amo ser mãe. Amo a minha família de 3. Mas isso não invalida aquilo que sou enquanto mulher.
Ai hormonas, hormonas... Dão cabo de mim. É uma luta sair do isolamento materno, mas é possível sobretudo se tivermos à nossa volta pessoas que nos querem bem, que nos procuram e que nos ouvem.
Hoje esta solidão está apaziguada mas, ainda há dias que custam.
Mas tudo vale a pena pelo meu pequeno amor. As mudanças continuam...

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Para a minha mãe

Agora que me tornei mãe tenho de dizer:
- Desculpa mãe!
Ainda não tive a coragem de verbalizar estas palavras mas provavelmente irás lê-las.
Foste mãe tão cedo, aos 23 anos já me tinhas nos braços e três anos e meio depois já tinhas o segundo baby também no teu colo. Que difícil tarefa essa de ser mãe de dois. 
E eu sempre cobrei mais... Mais atenção, mais abraços, mais palavras...
Hoje sei que não é fácil com uma criança, quanto mais com duas. Ainda para mais quando o nosso pai trabalhava na hotelaria e passava por isso, grande parte do tempo, fora de casa.
Hoje sei que deste o melhor de ti, que continuas a dar  o melhor de ti e agora dás o melhor de ti por mim e pela tua neta. Sou-te muito grata por todos os sacrifícios, por todas as coisas das quais foste capaz de abdicar por nós. Hoje, sinto-me culpada por todas as lágrimas que te provoquei, por todas as preocupações que podia ter evitado dar-te.
Agora, sei os medos que tinhas quando me viste tantas vezes doente, internada ou em momentos de fraqueza da minha parte. Hoje sei, o que é a impotência de uma mãe perante o seu filho em sofrimento.
Sei que moverias montanhas por nós. Sei mesmo que dás de ti TUDO... Sei que te esqueceste de ti enquanto mulher quase por completo (e isso é tão fácil de acontecer quando nasce um filho, quanto mais dois). 
Por vezes sinto-me perdida perante as minhas inseguranças e tu tentas sempre confortar-me e eu nem sempre aceito ou sei receber esse conforto, mas quero que saibas que te valorizo, que te admiro e que te serei eternamente grata.
Obrigada mãe do fundo do meu coração por tudo o que foste, por tudo o que és e por tudo o que ainda serás nas nossas vidas. Amo te muito!

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Para um dia leres

"Olá filha" foram estas as primeiras palavras que te disse. No meio da emoção que me envolvia naquele dia olhava-te completamente apaixonada e incrédula de que aquilo estava realmente a acontecer. 

Na minha cabeça uma serie de questões pairavam. Sentia-me abençoada. O parto foi muito mais do que alguma vez imaginara. O teu pai esteve sempre do meu lado. Ele foi sem duvida o meu porto seguro (e que grande homem é este que escolhi para teu pai).
Sei, que muito do que eu senti naquele momento o teu pai também sentiu. O dia do teu nascimento foi o nosso renascimento.
Naquele instante em que te puseram no meu peito os meus olhos transbordaram a alegria imensa que não me cabia no peito.
Meu amor, minha filha amada... 
No dia do teu nascimento, nasceu também em mim um sentimento de impotência perante o Mundo. A partir daquele momento já não eras minha. A partir daquele momento tornaste-te do Mundo e confesso que isso não me agradou nem um pouco. Já não te podia proteger dos males que nos rodeiam e isso ainda não consigo aceitar. Afinal de contas, este Mundo que agora te viu nascer não tem nada de perfeito.
Todos os que me conheciam desde pequena diziam que a maternidade era algo natural em mim o que descobri contigo é que isso é mentira. A maternidade mudou-me por completo, tu mudaste-me por completo e tu é que fazes de mim diariamente uma mãe, a tua mãe.
Filhota, tu és um sonho tornado realidade. Tu és muito mais do que alguma vez desejei. Tu és o impossível tornado real.
Amo ter-te nos meus braços. Amo o teu sorriso. Amo cada traço do teu rosto (parece desenhado a pincel). Amo o teu toque, o teu cheiro, o teu abraço. Amo o teu palrar, a tua gargalhada ainda destreinada. 
Minha doce bebé, tenho tanto para te dizer, tanto para te mostrar, tanto para ser grata. E tu, meu amor, tens tanto para me ensinar. 
Todos os dias contigo ao meu lado são uma novidade, todos  os dias demonstras cada vez mais a tua personalidade. Tenho tanto orgulho em ti. Nunca me cansarei de te dizer o quanto te amo.
Quero que saibas que, independentemente das voltas que o Mundo dê, eu estarei sempre aqui do teu lado. Dar-te-ei sempre aquele abraço, aquele colo, aquele beijo. O meu corpo é teu, e será para sempre o teu porto de abrigo, sempre que dele precisares.
Quando achava ser impossível o meu coração transbordar mais de amor, eis que todos os dias me fazes perceber que o amor não tem fim. Obrigada meu amor por me fazeres MÃE, obrigada por ser tua mão.
Nada acontece por acaso meu amor e tu sabes disso melhor que ninguém.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Ser mãe é...

Ser mãe é a porta aberta de mudança sem volta a dar. No  dia que me tornei mãe começou o desafio e a descoberta de algo que me é totalmente desconhecido. 
Achava eu que o facto de ser educadora me ajudaria nesta nova fase da minha vida (santa ingenuidade). Descobri que ser mãe é um autentico quebra-cabeças, onde muitas vezes as peças são difíceis de encaixar.
 Ser mãe, é viver cada dia com o coração fora do peito, é ter medos constantes, uma ansiedade persistente.
Ser mãe é deixar partir aquela menina que eras e da noite para o dia fazeres te mulher. 
Ser mãe é deixar de ser passarinho e tornarmos-nos leoas.
Ser mãe é questionar a cada segundo se aquilo que fazemos está certo.
Ser mãe é ficar cega de amor.
Ser mãe é dormir em pé.
Ser mãe é observar o nosso bebé pela noite dentro só para ter a certeza que está a respirar.
Ser mãe é inigualável, avassalador, exaustivo e ao mesmo tempo compensador.
Ser mãe é ter a percepção de que o tempo passa rápido demais.
Ser mãe é ouvir opiniões de quem queremos e de quem não queremos.
Ser mãe é ser saudade.
Ser mãe é ser colo, ser ninho de alguém.


Ser mãe é isto e muito mais. Um dia achei que iria ensinar tudo ao meu filho mas descobri que na verdade, eu é que estou a ser ensinada. Esta é a minha definição de maternidade. Neste momento estou num pico de crescimento pessoal. Nada na vida nos prepara para ser mães/pais. Nada nos prepara para tamanho desafio. É tão  assustador desempenhar um papel tão importante na vida de um bebé.
A maternidade muda-nos para sempre, nada voltara a ser igual e isso nem sempre é fácil de aceitar. Contudo, com o tempo percebemos o quão magica é esta aventura. O meu bebé nasceu e eu na realidade renasci. Jamais serei a mesma. Não quero voltar a ser a mesma.
Um brinde ao renascimento de uma mulher. 
A aventura começa agora.

sábado, 18 de maio de 2019

O dia em que a minha vida mudou para sempre

Olá todos, 
desta vez a minha ausência é mais do que justificada, o melhor da vida aconteceu...
Sou mamã... Finalmente tornei me mãe de um ser maravilhoso. Tentarei vir aqui contar como tem sido esta aventura da maternidade que, na realidade não tem sido nada do que esperava.
Hoje, o que me trás aqui é o 18 de maio. Faz hoje dois anos em que a minha vida mudou por completo, faz hoje dois anos, que estava no recobro e a lidar pela primeira vez com a palavra infertilidade.
Naquele dia, nada me fazia acreditar que hoje teria um bebe nos braços. naquele dia, desisti, ou melhor, quis desistir. mas, muito graças ao meu marido acalmei-me e ainda tentei acreditar que seria possível (só no dia a seguir tive a certeza do diagnostico). Hoje é um dia marcante para o resto da minha vida, Também porque, deve ter sido por esta altura que o milagre se deu e este bebe inesperado se começou a formar no meu ventre. A vida tira-nos mas também nos dá. E porquê este texto? Porque tenho que festejar e agradecer todos os dias aquilo que a vida desenhou para mim e acima de tudo tenho de vos dizer que não existem impossíveis e a prova esta hoje nos meus braços.
Sou tão grata...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Para o meu Valentim...

Sempre gostei de celebrar o dia dos namorados (sou uma romântica incurável). Para mim, todos os motivos são poucos para celebrar o amor.
O maridão não valoriza tanto e respeito-o por isso. No entanto, todos os anos ele faz uma surpresa para me mimar.
Passaram 8 anos a celebrar este dia com o "meu" Valentim, o amor da minha vida, o meu namorado, o meu amigo, amante, meu mundo.
Se à 10 anos atrás me perguntassem se imaginava a minha vida tal como está hoje, respondia de imediato que não . Digo-vos de coração cheio que quando olho para ele, para o meu príncipe encantado, que ainda sinto um friozinho na barriga e por vezes ainda tenho dificuldade em acreditar que o tenho ao meu lado. Conhecemo-nos no emprego e apesar de o ter achado giraço mal o vi, nunca achei que algo pudesse surgir entre nós. mas, de facto, o destino é tramado. tentei evitar mas, de forma natural tudo foi surgindo de forma calma e serena. vivemos o inicio do nosso amor em segredo (e foi tão bom). Antes de termos um ano de namoro já vivíamos juntos, 3 anos de namoro depois casámos e agora, quase 9 anos depois somos pais.
este ano, este dia é recheado, este bebé é fruto do nosso amor, é fruto de tudo aquilo pelo qual lutámos. é a junção de nós dois para sempre.
Admiro te tanto meu amor...
A vida não tem sido um mar de rosas contudo, contigo ao teu lado, tudo se torna mais fácil com a tua serenidade e naturalidade.
és o meu maior confidente, a minha força. Não imagino a minha vida sem ti "meu" Valentim.
sabes o que mais desejo? Envelhecer contigo do meu lado.
como costumo dizer-te, eu não sei até quando é o para sempre e por isso que o nosso PARA SEMPRE seja eterno.
Hoje, o nosso dia dos namorados, não terá velas, não terá jantar a dois, no entanto, é talvez o ano em que viveremos com maior intensidade o nosso amor.
Este ano, vivemos o amor a 3.
Amo-te meu príncipe encantado. Obrigada por tudo o que és.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O tempo voou e o meu bebé não tarda está ai

Primeiro tivemos o melhor presente da vida (a nossa gravidez), agora esse presente está prestes a chegar.
Falta muito pouco para ter este amor nos braços. E, dentro de mim, existem um turbilhão de emoções. Por uma lado, quero tanto conhecer o meu bebé... Por outro, sei que enquanto está no meu ventre eu posso protege-lo de tudo. Sei que isto provavelmente é considerado como egoísmo, tudo porque ainda não me acho preparada para partilhar este bebé com o mundo mas, acreditem que não é. Simplesmente vou sentir saudades deste amor tão puro. 

Sinto-me muito serena em relação ao parto, sei que o papá estará ao meu lado e isso acalma-me imenso. Também sei que esta serenidade provavelmente acabará quando entrar de facto em trabalho de parto até porque, como sou mãe de primeira viagem não faço a menor ideia para aquilo que vou. 
Em relação ao parto só tenho medo de uma coisa, e trata-se mesmo de medo. A epidural. Não me agrada nada a ideia de uma agulha nas costas portanto, prefiro pensar o menos possível nisso.
Sobre o parto, li muitas coisas. Também me disseram muitas coisas. Existem sempre aquelas pessoas que deviam estar caladas e que não sabem estar. Por norma só gostam de partilhar o que correu mal. Até aquelas que nunca tiveram um parto se acham no direito de opiniar sobre o que deves ou não fazer, porque naquelas cabecinhas as ideias delas é que são as correctas e por isso acham-se no direito de criticar e opinar sem ter consciência da insegurança que podem causar na pessoa gravida (neste caso eu). Um conselho que posso dar, é que não dêem ouvidos a essas pessoas. Como me disseram nas aulas de preparação para o parto, questionem sempre essas pessoas: "Tens alguma coisa positiva para me dizer? Não? Então, cala-te.". É isto...

A verdade é que adorava ter um parto o mais natural possível contudo, sabendo que ao longo dos anos fui desenvolvendo uma baixa tolerância à dor, acho que deve ser quase impossível não querer a epidural. Veremos...

Honestamente, nesta fase da gravidez (depois de muito tempo em repouso) só quero mesmo aproveitar cada segundo. Quero aproveitar os últimos momentos do barrigão, quero mimar muito o maridão, quero namorar muito, dar os passeios possíveis com esta barriguita e manter-me o mais serena possível até ao dia que o baby deseje conhecer o Mundo.

Já falta tão pouco... 

Sentir...

Covid 19. O tema do momento e o medo que nos inunda.  Confesso que comecei por tentar levar este assunto de forma leve, tentava não dar g...